Era
uma vez uma bruxa chamada Bitch. A Bruxa Bitch era uma aluna da Faculdade de
Direito da Universidade de Lisboa. No entanto, havia um pequeno problema – era
uma bruxa. Como tal, a Bitch pensava
que nunca se iria integrar em lado nenhum, tendo em conta que mais ninguém era
como ela.
Um
dia, perto da altura de Halloween, enquanto passeava sozinha pelo corredor da
faculdade, ouviu duas raparigas do seu ano a falar sobre a Barítuna. ‘Barítuna?’
pensou ela. ‘O que é a Barítuna?’ Tentando não dar nas vistas, conseguiu ouvir
o resto da conversa, e conseguiu perceber que, pelos vistos, a Barítuna dava
espectáculos. Segundo elas, aproximava-se o Xácara das Bruxas, o que quer que
isso fosse.
Nessa
noite, foi pesquisar acerca da Barítuna, e qual não foi o espanto dela quando
se deparou com mais de dois mil resultados. Aprendeu então que a Barítuna era a
Tuna feminina da faculdade dela e que, pelos vistos, pouco mais pediam do que
vontade de lá estar e espírito académico. Esperançosa, decidiu ir assistir ao
ensaio que iriam ter no dia seguinte.
Quando
chegou à porta da Barítuna, hesitou. Será que deveria entrar? E se não
gostassem dela, só por ser uma bruxa? A Bitch só queria pertencer, mas e se a Barítuna
não fosse, afinal, o sítio dela?
“Queres
vir assistir ao ensaio?” perguntou uma voz por trás dela. A dona da voz era,
nada mais, nada menos, do que uma Barítuna. Segundo ela, já não era caloira,
ainda não era veterana, mas havia de lá chegar um dia!
Cheia
de vergonha, a Bitch bem tentou arranjar desculpas, mas a tunante lá a
conseguiu arrastar para dentro da sala da tuna. Lá, conheceu imensa gente, e
nem uma delas a julgou, apesar de saberem bem o que a Bitch era.
Com
grande vontade e empenho, a Bitch continuou a ir aos ensaios. Descobriu que
gostava imenso de cantar, dedicou-se a aprender guitarra e, quando deu por ela,
já tinha passado pelo famoso traje de prisioneira, já tinha criado todas as
bolhas e calos que tinha a criar nos pés por causa dos sapatos de traje, e sem
sequer se aperceber, tornou-se Sacerdotisa, veterana.
A
Bruxa Bitch encontrou na Barítuna a sua família – até porque a família não
discrimina, nem te diz que não podes pertencer simplesmente porque és um pouco
diferente. Na Barítuna, eram todas diferentes – nem havia piada em serem todas
iguais, no final de contas. Encontrou, na Barítuna, humanidade e camaradagem.
Amizade, companheirismo, espírito académico, folia, diversão. Além disso, a
Barítuna permitiu-lhe um crescimento que, se nunca lá tivesse andado, talvez
não iria conhecer.
Quando
acabou o curso e percebeu que não iria ter o mesmo tempo para a tuna, a Bitch
olhou para trás e apercebeu-se que finalmente pertencera, e vivera os melhores
anos da vida dela ao lado da Barítuna, a sua segunda família.
Reza
a lenda que, hoje em dia, a mascote da Barítuna é uma pequena bruxinha chamada
Bitch, e que os nomes do festival e do encontro de tunas da Barítuna são
relacionados com bruxas e com o Halloween.
Quanto
à Bruxa Bitch … hoje em dia ela está a gozar umas pequenas férias, passando
naturalmente parte delas na praia.
Barítuna
vai à praia!
EhBranco